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quinta-feira, 2 de junho de 2016

Cidade, Mobilidade e Urbanização: Planejamento e Saúde #1 - Atores das cidades e produção do espaço geográfico

Por: Roberta Andrea de Oliveira
Foto: Caio Miranda

Eu imagino que se você se interessou pelo título desta postagem é porque atua em áreas profissionais que se preocupam com a organização das cidades, a mobilidade das pessoas e a urbanização. Acredito que você seja alguém que se preocupa com a forma como as pessoas vivem, se elas possuem qualidade mínima de vida ou não.

Sendo assim, estamos iniciando uma sessão de 5 textos aqui no blog e 5 vídeos sobre o tema. Hoje o foco é sobre os atores das cidades, aqueles que produzem o espaço urbano!
Você sabia que cerca de 80% das pessoas vivem no espaço urbano? Apenas 20% estão no meio rural.
Frente a este elevado número de pessoas nas cidades, cabe pararmos para pensar sobre como estas cidades funcionam. Você já parou para pensar sobre isso?
Quais as diferenças e quais as relações entre grandes, pequenas e médias cidades?
Talvez você more em São Paulo... Já parou para refletir sobre qual o seu papel da região metropolitana de São Paulo, por exemplo?
No espaço existe uma reprodução da vida. Ele não é somente físico. Mas, é também social, simbólico e relacional!
Portanto, você também faz parte da produção deste espaço ao estabelecer relações e ao modificá-lo no dia-a-dia.
Quem produz o espaço urbano?
  • Os grandes industriais: são, em razão da dimensão de suas atividades, grandes consumidores de espaço. Necessitam de terrenos amplos e baratos que satisfaçam requisitos pertinentes às atividades de suas empresas – junto a portos, a vias férreas ou em locais de ampla acessibilidade à população. Estes são os grandes consumidores dos espaços interferindo em outros usos da terra. Sem falar na especulação fundiária que aumenta o preço dos imóveis.
  • Os proprietários fundiários: atuam no sentido de obterem a maior renda fundiária de suas propriedades, interessando-se em que estas tenham o uso mais remunerador possível, especialmente uso comercial ou residencial de status. Estão interessados no valor de troca da terra e não no seu valor de uso. Alguns dos proprietários fundiários, os mais poderosos, poderão até mesmo ter suas terras valorizadas através do investimento público em infraestrutura, especialmente viária. É possível aos proprietários tornar-se também promotores imobiliários; loteiam, vendem e constroem casas de luxo.
  • Os promotores imobiliários: agentes que realizam operações de incorporação; financiamento; estudo técnico; construção ou produção física do imóvel; e comercialização ou transformação do capital-mercadoria em capital-dinheiro, acrescido de lucro. Produzem habitações com inovações, com valor de uso superior às antigas, obtendo-se um preço de venda cada vez maior, o que amplia a exclusão das camadas populares.
  • O Estado: atua também na organização espacial da cidade. Sua atuação tem sido complexa e variável tanto no tempo como no espaço, refletindo a dinâmica da sociedade da qual é parte constituinte.
  • E os grupos sociais excluídos: são aqueles que não possuem renda para pagar o aluguel de uma habitação digna e muito menos para comprar um imóvel. Este é um dos fatores, que ao lado do desemprego, doenças, subnutrição, delineiam a situação social dos grupos excluídos. A estas pessoas restam como moradia: cortiços, sistemas de autoconstrução, conjuntos habitacionais fornecidos pelo agente estatal e as degradantes favelas.

 Qual destes atores é você? Ou você acha que não se enquadra em nenhuma destas categorias?
Você que se interessou por este tema, provavelmente atua com os grupos sociais excluídos e está no lugar de quem atua no planejamento de ações.
Enquanto alguém que atua frente aos grupos sociais excluídos no espaço urbano, qual é a melhor estratégia de planejamento para estas ações?
É possível que você já desenvolva um planejamento próprio! Mas, é importante lembrar que cada contexto necessita de um planejamento bem específico e que não entre em conflito com o bem mais precioso daquele território: as pessoas e suas singularidades.

Para complementar a discussão, segue o vídeo:



Bibliografia:
CORRÊA, Roberto Lobato (2004).
HARVEY, David. In: MARICATO, Ermínia et al. (2013).
MARICATO, Ermínia. In: MARICATO, Ermínia et al. (2013).