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quarta-feira, 19 de março de 2014

COMO ESCOLHER O TEMA DA PESQUISA?

Toda vez que o aluno vive a disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica, na qual, além de aprender os tópicos importantes da construção de uma pesquisa, ele também começa a montar seu projeto, tanto aluno como professor experienciam vários momentos angustiantes.
O primeiro momento mais importante da construção do projeto de pesquisa e, principalmente, o mais angustiante, é a escolha do tema que será tratado.
Geralmente, o aluno confunde o que é assunto e o que é tema e, quase sempre, ele aponta para o professor um assunto. Por exemplo: qualidade de vida, relação profissional de saúde e paciente, câncer, tratamento da Aids, gestão pública, etc.
Perceba que cada um dos exemplos acima apresenta um assunto bastante amplo que tornaria uma pesquisa inviável. Imagine: pesquisar qualidade de vida... De quem? Para quem? Proporcionada por quem? Projetos de qualidade de vida? De que tipo? Resultados alcançados por projetos de qualidade de vida?Enfim... Poderíamos ficar aqui horas listando uma porção de perguntas sobre o grande assunto “qualidade de vida”, o que mostra que seria impossível pesquisá-lo já que é inviável abordar todas as coisas que possam estar relacionadas a este assunto em uma única pesquisa.
Quando definimos alguns parâmetros deste grande assunto, nos aproximamos do tema de pesquisa. Exemplo: projetos de qualidade oferecidos por empresas de telemarketing ao seus colaboradores.
Perceba que aqui ainda não ficou claro o que exatamente será pesquisado sobre estes projetos de qualidade de vida (se quais são os tipos mais praticados, se eles dão resultado ou não, se sobre quais os custos para as empresas... Enfim, eu posso focar em qualquer coisa), mas já sei que são projetos, que são ofertados por empresas, que são empresas de telemarketing e que são ofertados aos colaboradores que trabalham nestas empresas. Aqui eu tenho algo possível, pois projetos de qualidade de vida existem em vários lugares, não só empresas, e em vários tipos de empresas, etc... Ou seja, eu preciso reduzir o assunto a um campo mais controlado e palpável.
É a partir deste tema que eu conseguirei filtrar meu problema de pesquisa (o que exatamente eu vou pesquisar) e posteriormente o meu objetivo de pesquisa (o norteador para encontrar a resposta). É um exercício que leva tempo para ser compreendido e toma a maior parte das aulas de metodologia de pesquisa.
Sobre o definir o problema e o objetivo de pesquisa, trataremos em outros posts aqui no site. Agora, gostaríamos de aprofundar o como escolher o assunto e o tema.
Geralmente, o primeiro assunto trazido pelo aluno relaciona-se àquilo que ele mais gostou no curso que fez. Sabemos que existe um rigor e uma exigência de que os processos da pesquisa sejam neutros. Porém, é impossível que um pesquisador seja totalmente neutro ao seu projeto. Primeiramente, porque não concordamos com projetos onde o pesquisador não tenha nenhuma afinidade, nenhuma identificação com o assunto. Muitas vezes, este aluno é empurrado por um professor, para que pesquise um assunto que, na realidade, é de interesse deste professor, e que este professor vê um potencial de sucesso na abordagem daquele tema (às vezes, nem o professor gosta do tema, mas sabe que pode render algo pelo momento que esta sendo pesquisado, por ser de grande interesse da sociedade).
Nestes casos, o aluno não estará sendo estimulado pelo prazer do pesquisar algo que gosta. Irá apenas cumprir as tarefas dentro dos prazos chegando ao término, e, geralmente, sem um grande aprendizado, já que o processo não foi significativo para ele.
Segundo, porque seja pesquisando algo que você gosta, ou algo que lhe foi empurrado, você tenderá a compreender aquele objeto de estudo através “dos seus óculos de pesquisador”. Isso significa que um mesmo objeto de pesquisa pode ser abordado diferentemente por pesquisadores diferentes. Tudo depende da área de formação do pesquisador, qual linha acadêmica segue, quais são suas crenças, em quais abordagens se sente mais confortável, etc. Por exemplo: um psicólogo comportamentalista não irá abordar a qualidade de vida da mesma maneira que um psicanalista, ou que um administrador de empresas, etc.
Sendo assim, não há neutralidade em pesquisas e você não só pode como deve pesquisar o assunto que gosta.
Na sequência, ao determinar o tema da pesquisa, vale a pena não apenas seguir o seu gosto, mas ao, inicialmente, escrever seu primeiro tema, pode ser interessante fazer um levantamento bibliográfico para conhecer o que já foi pesquisado e publicado sobre isso. Muitas vezes, o tema que você esboçou já está tão “manjado” que dedicar um tempo para pesquisar a mesma coisa pela milésima vez não justifica cientificamente o pesquisador dedicar o seu tempo para isso.
Ao determinar o tema é necessário se recordar que toda pesquisa precisa ter uma justificativa científica, uma justificativa que explique o porquê você vai dedicar 1 ano ou mais da sua vida nisso. Vai agregar algo para área? É inovador? Está abordando o tema por um ângulo pouco explorado? Quais contribuições a pesquisa trará?
Sendo assim, é preciso um equilíbrio entre aquilo que gostamos e aquilo que vai fazer a ciência avançar. Não é isso o que queremos com as pesquisas? Para que pesquisamos? Porque a faculdade obriga? Não.
Pesquisamos porque o conhecimento não é estático e acabado. O conhecimento está em eterna construção e atualização. Trata-se de um movimento constante.


terça-feira, 11 de março de 2014

Que Tipo de Professor Você é ? A Comunicação Entre Professores e Alunos


Quando penso em comunicação, penso em conteúdo (aquilo que é comunicado), mas também penso em jeito de comunicar.
Nunca acreditei que o simples fato de um professor ser um profundo conhecedor do tema que trabalha o tornaria um bom educador.
Sempre fui daquelas alunas que se adéqua bem a qualquer tipo de professor. O jeito do professor nunca me impediu de seguir em frente com o melhor de mim. A didática do professor nunca foi uma coisa crucial para minha motivação.
Tive professores de todos os tipos: incompetentes (que ficavam lendo jornal na sala de aula ao invés de dar a aula); preconceituosos (que falavam mal de pobres, gays, lésbicas, negros, etc, em sala de aula, sem nenhum receio); cheios de graça (que adoravam fazer piadinhas com os alunos e nem percebiam que estavam sendo ofensivos); peruas (daquelas que só davam aula e notas boas para os meninos); garanhões (o oposto das peruas); ruins mesmo (que não sabiam do que falavam); depressivos (que davam aula dizendo que o melhor mesmo era estar em casa tomando um vinho); entre outros tipos.
O fato é que algo em mim me permitia perceber estas variações da espécie e realmente, nada disso me tirou do caminho.
Porém, nem todos são assim. Uma grande parte dos alunos vê em seus professores um modelo a ser seguido. Ou seja, se eles não mostram dar importância para o que fazem, por que eu daria importância para estudar? Se eles não acham importante dar boas aulas, por que eu deveria acreditar que é importante estudar?
Isso traz graves consequências para o futuro dos alunos, pois a tendência não é a de atravessar este obstáculo que se apresenta em sua frente. Não é o de ser um estudante autônomo, independente e autodidata.
Você educador pode parar um instante e refletir sobre sua forma de se comunicar com seus alunos e fazer uma auto-avaliação de como vem sendo sua prática:
  •  Você costuma refletir sobre sua própria prática a fim de modificá-la, se necessário?
  •   Você tem uma forma própria de trabalhar ou costuma seguir receitas e fórmulas desenvolvidas por outros?
  •   Você é humilde e flexível?
  •   Mesmo sendo um professor, você se sente um aprendiz?
  •   Você é aberto ao novo ou tem medo de errar?
  •   Além de levar o conteúdo a seus alunos, você coopera emocionalmente com eles?
  •   Você costuma desafiar seus alunos apresentando desequilíbrios a serem resolvidos ou oferece soluções prontas?
  •   Você valoriza a cultura e os valores éticos de seus alunos?
  •   Quando você disponibiliza seu e-mail a seus alunos, você responde quando escrevem ou prioriza outras mensagens que chegam a você?
  •   Quando um aluno te procura para conversar algo você fala com ele olhando nos olhos?
  •   Quando um aluno deseja conversar contigo você só ouve ou escuta? Você dá o tempo necessário para o aluno se expressar?

Agora, que tal pensar sobre quando você foi aluno?

  •   Qual é o tipo do meu professor inesquecível?
  •  Quais são minhas boas recordações escolares?
  •   O que eu gostaria de esquecer em relação à minha vida escolar?
  •    Como era a relação dos meus professores comigo?
  •  Como era a relação dos meus professores com meus colegas de sala?

Faça uma análise de suas respostas e pense: por que escolheu ser professor?


O professor bem sucedido é que aquele que se importa com seus alunos e que não economiza recursos de comunicação verbal ou não verbal para demonstrar atenção, compreensão e respeito. Isso porque a base do trabalho como educador é a relação humana. Somente com uma comunicação efetiva é que o professor poderá auxiliar o aluno a identificar suas dificuldades e a enfrentá-los como participante ativo do seu desenvolvimento como estudante e sujeito.

sexta-feira, 7 de março de 2014

REFLEXÕES DE UM LIVRO DE METODOLOGIA

Por: Sandra Costa de Oliveira

Olá querido aluno!
Fico aqui pensando: por que será que você não me procura?
Chego a sonhar com você e fico a sua espera, mas você não vem. Pois é! Demorou muito para eu perceber que, na verdade, o seu orientador ainda não falou de mim a você, como deveria. Então fica assim: essa dúvida de como você irá escrever seu projeto de pesquisa.
Então, você começa a escrever seu projeto e nem imagina que precisa de mim, e eu aqui a te esperar. Saiba que estarei sempre aqui, nesta prateleira de livraria ou biblioteca, querendo participar de sua vida acadêmica, para juntos construirmos um trabalho com qualidade e não só com quantidade. E quem sabe até possamos fazer juntos um estudo de caso para que você possa entender melhor essa nossa relação?
Entraremos em ação para descobrirmos novos caminhos para sua pesquisa e faremos uma análise de todo o conteúdo estudado para chegarmos a um consenso, com um resultado de qualidade.
Imagino que com estas minhas poucas palavras você já seja capaz de trilhar alguns caminhos para sua pesquisa.

Até o próximo encontro! Talvez em uma biblioteca por aí...

quinta-feira, 6 de março de 2014

Um check list para você parar de sambar nos estudos neste Carnaval

Preocupo-me bastante com o modo como boa parte dos alunos se apresenta em sala de aula, diante deste processo intenso que é o de cursar o ensino superior. Um processo que é bastante exigente e rigoroso.
Nós professores, em nosso cotidiano, lidamos com as mais diversas especificidades em relação a demandas trazidas pelos alunos no dia-a-dia da faculdade:
O atraso na hora da entrada, porque trabalha longe..., o trânsito..., a chuva..., o problema no metrô.... etc...
A saída mais cedo da sala de aula, porque a região é perigosa..., vai perder o horário do último ônibus..., vai perder a carona..., o marido veio me buscar e está esperando......
A não leitura do texto da aula do dia, porque trabalha o dia todo..., de sábado também..., os filhos não deixam..., cuida dos netos de final de semana..., etc... etc...
Seminários mal preparados, empobrecidos, sem criatividade, porque não dá tempo de preparar..., não dá para encontrar o grupo para discutir o conteúdo, pois todos trabalham a semana toda...
Entrega de trabalhos mal formatados, porque não gosta de computador..., não quer aprender a mexer em máquinas porque não se dá bem com elas..., enfim...
Nós entendemos que o processo de ingresso no ensino superior, parte da escolha de pessoas adultas, portanto, capazes de avaliar todas as coisas que terão de abrir mão para alcançar este sonho. Sempre vamos abrir mão de alguma coisa, isso é fato e é para todos.
Afinal, quando somos estudantes, sempre chegamos àquele momento crítico: “Pular Carnaval” ou “Estudar”???
Uma grande amiga minha, me contou que quando estava em um curso de especialização em Gestão Pública, ela teve uma professora que, em um determinado momento da aula, já cansada com o mau comportamento dos alunos em sala, disse o seguinte: “vocês são os únicos clientes que eu conheço que compram um produto, pagam e não querem recebê-lo. Vocês compram o conhecimento, não querem ele, querem apenas o diploma, e o professor acaba sendo aquele que está atrapalhando tudo até que você chegue ao tão esperado diploma”.
De forma alguma, desconsideramos a realidade que, com certeza, pressiona a todos nós: as diversas atividades, a correria, a família, responsabilidades diárias, etc.
Mas, vamos pensar em alguns pontos importantes a serem considerados por aqueles futuros estudantes que não desejam ver o professor como aquele que está atrapalhando uma passagem que poderia ser mais suave e mais rápida pela faculdade. São pontos a serem considerados por aqueles que realmente desejam agarrar este sonho e vivenciá-lo com qualidade e motivação.
Avalie a proximidade da instituição de ensino de sua casa ou de seu trabalho. Ela está em uma rota que você faz com frequência? Ou você terá que se deslocar demais para chegar até lá?
O local selecionado te faz sentir seguro no trânsito noturno? Pense alternativas. Ir de condução pública é a melhor ideia? Se você tem carro, há lugares em conta onde possa estacionar, há vias permitidas para parar o carro? Visite o local à noite. Observe o movimento de alunos.
Pense que as atividades propostas durante o curso terão de ser feitas em horários disponíveis. O meu trabalho permite horário flexível para estudo? Caso não, tenho como disponibilizar meu final de semana para isso? Se preciso, antes de ingressar na faculdade, tenha uma reunião com a família e fale sobre o seu sonho e quanto eles ajudariam se pudessem reorganizar junto com você as atividades do lar para que você tenha um tempo para os estudos. O melhor é uma conversa franca e aberta a fim de chegarem a uma solução juntos.
Tenho consciência de que meus feriados, datas comemorativas e férias talvez tenham que ser aproveitados para estudar? Pense nisso e converse com namorado, namorada, marido, esposa... Para estudantes focados, estes espaços são essenciais para colocar as coisas em ordem, organizar os materiais, adiantar os trabalhos já solicitados...
Percebo que alguns conhecimentos prévios serão solicitados de mim para executar algumas coisas? Quais são minhas dificuldades e resistências? Meu Português está enferrujado? Não uso o computador com frequência? Que tal fazer um cursinho de reforço de Português ou Informática antes de começar a nova jornada? Valerá a pena?
As dicas acima não encerram, de maneira alguma, as várias coisas que você precisará pesar na hora de escolher começar uma faculdade. Por exemplo: é possível que a faculdade que fica na sua rota de trânsito não seja a mais em conta, não seja aquela que você tem condições financeiras para ingressar. Portanto, se vai optar por uma mais distante, leva em consideração que você terá de fazer mudanças na sua vida para não chegar atrasado a todas as aulas. E por vezes, o que se gasta de gasolina ou ônibus para ir tão longe, poderia estar sendo investido em uma universidade mais próxima.
Ou então, você sabe que precisa estudar Português e Informática, mas não tem dinheiro para fazer isso agora, já que vai entrar na faculdade com a possibilidade de bolsa. Certo! Então, saiba que você deverá acrescentar ao tempo que destinou aos estudos da graduação mais um outro tempo para estudar de forma autodidata o Português e a Informática. Nada é impossível! O que percebemos é que as pessoas têm muita dificuldade para se organizarem.
Ou seja, é uma questão de, realmente, parar para refletir e planejar.
Não deveríamos agir por impulso em nada na nossa vida. Somos capazes de avaliar e planejar as ações para que elas sejam bem feitas. Fazer a faculdade com a corda no pescoço, sufocado, fará com que você veja apenas desvantagens no processo da graduação. Vai fazer com que você pense o tempo todo que os professores exageram ou solicitam coisas desnecessárias, e daí a pressa de chegar logo ao diploma, sem querer realmente viver a graduação.

Pense bem! A passagem pela universidade deve ser agradável, alegre, feliz e sentida como um processo de transformação interna. Ao final do curso, com certeza você perceberá que saiu de lá uma outra pessoa e não, simplesmente, alguém portando um papel.