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quinta-feira, 30 de junho de 2016

Cidade, Mobilidade e Urbanização: Planejamento e Saúde #4 - Cidadania e Sustentabilidade nas Cidades - Qualidade de Vida

Por: Roberta Andrea de Oliveira

Foto: Caio Miranda

              Este é o nosso 4º material sobre o tema e esperamos contribuir para as suas reflexões frente a sua atuação na promoção de saúde nas cidades. Você deve estar percebendo que não importa sua formação inicial, não importa em que setor trabalha e não importa que função específica exerça. Ou seja, o olhar para a saúde nas cidades é interdisciplinar e necessita de muitos atores. E se pensarmos bem, todos temos o papel de educadores no que se refere a ambiente.
Nestes tempos em que a informação assume um papel cada vez mais relevante, ciberespaço, multimídia, internet e educação para a cidadania representam a possibilidade de motivar e sensibilizar as pessoas para transformar as diversas formas de participação na defesa da qualidade de vida. Nesse sentido cabe destacar que a educação ambiental assume cada vez mais uma função transformadora, na qual a corresponsabilização dos indivíduos torna-se um objetivo essencial para promover um novo tipo de desenvolvimento – o desenvolvimento sustentável.
Entende-se, portanto, que a educação ambiental é condição necessária para modificar um quadro de crescente degradação socioambiental, mas ela ainda não é suficiente, se converte em “mais uma ferramenta de mediação necessária entre culturas, comportamentos diferenciados e interesses de grupos sociais para a construção das transformações desejadas” (Tamaio, 2000, p. 9)O educador tem a função de mediador na construção de referenciais ambientais e deve saber usá-los como instrumentos para o desenvolvimento de uma prática social centrada no conceito da natureza. Você se sente um educador em atuação em seu território de trabalho?
O conceito de desenvolvimento sustentável surge para enfrentar a crise ecológica e  está relacionada com a crítica ambientalista ao modo de vida contemporâneo. Tem como pressuposto a existência de sustentabilidade social, econômica e ecológica.
Estas dimensões explicitam a necessidade de tornar compatível a melhoria nos níveis e qualidade de vida com a preservação ambiental. Surge para dar uma resposta à necessidade de harmonizar os processos ambientais com os socioeconômicos, maximizando a produção dos ecossistemas para favorecer as necessidades humanas presentes e futuras. A maior virtude dessa abordagem é que, além da incorporação definitiva dos aspectos ecológicos no plano teórico, ela enfatiza a necessidade de inverter a tendência autodestrutiva dos processos de desenvolvimento no seu abuso contra a natureza (Jacobi, 1997).
A tarefa de encontrar soluções mediatas e imediatas para o mal-estar urbano não deve estar localizada apenas nas mãos de planejadores e do estado, mas sim corrigido com a participação e fiscalização de amplos setores e sujeitos envolvidos no processo de construção social do espaço urbano. Dessa forma, reunir amplos e complexos setores da sociedade com interesses opostos exigirá lutar com interesses gerais e particulares.
Para as elites econômicas, as habitações necessitam ser autossuficientes, precisam estar fora do mundo que a industrialização criou. A “segurança” é pensada para que o “mundo marginal” não penetre no seu espaço; portanto, no seu mundo.
A arquitetura, aos olhares do senso comum apenas concreto e beleza plástica ou feiura estética, o modelo e as construções, as ruas como estão alinhadas, as moradias onde estão localizadas e quem nelas habita, muito mais do que a aparência pode revelar, serve a um propósito que afirma o sistema político que a cidade e seus habitantes acolhem.
Concretamente, a ocupação urbana desordenada, a industrialização, as novas introduções tecnológicas, fruto da radicalização do capitalismo (reestruturação produtiva do capital), visando ao lucro e não ao bem-estar do homem, destroem relações culturais e sociais solidárias.
Outra face desse debate que deve ser colocada é o entendimento que se tem de planejamento para as cidades; razão pela qual, a incógnita permanece: como melhoraremos a vida nas cidades? Imediatamente pensamos apenas no econômico, pura e simplesmente, ou melhor, pensamos em modelos já em fase de superação, como a industrialização urbana moderna que separa o homem e a natureza, sem amparo das dimensões transversais das necessidades humanas. O homem é natureza, compreendida a relação filosófica que a afirmação encerra e ao mesmo tempo entendida a racionalidade que diferencia seres vivos.
Portanto, o “planejamento” das cidades deve levar em conta o meio ambiente como parte inseparável do planejamento sócio-econômico-cultural e histórico. É isso que se pretende que sejam as Conferências que se propõem a discutir sobre as cidades: a justa medida do debate com os conflitos sociais que emanam de um sistema social de desigualdades.
A gestão urbana deve diminuir as desigualdades através de uma maior participação popular e melhor distribuição de renda, desse modo, devem-se inserir no debate aqueles que sempre estiveram longe das mesas de planejamentos e execuções das políticas públicas: o povo e as entidades da sociedade civil organizada, através de uma gestão legitimamente democrática. Você que nos lê, se sente capaz para estimular este senso de participação na população de seu território? E se eles já participam, isso ocorre democraticamente?
O conceito de gestão urbana expressado aqui não tem intimidade com o mesmo conceito mercadológico da vida urbana expressado na concepção de planejadores urbanos que trataram prefeitos como gerentes de uma grande empresa.
Não há como não reconhecer a importância do planejamento urbano para permitir que haja uma cidade mais humana, e que seja numa sociedade que preze pelas relações democráticas e iguais em direitos.
Aproveite para se inscrever em nosso canal do Youtube (IEO Vídeos) e não perca o último material da série sobre os Assentamentos Precários! Você sabe o que é isso? Será que você trabalha com a população destes locais?


Cidade, Mobilidade e Urbanização: Planejamento e Saúde #4 - Cidadania e Sustentabilidade nas Cidades - Qualidade de Vida

Bibliografia:
LIMONAD, Ester (2013).
JACOBI, Pedro (2003).
TAMAIO, Irineu (2000).

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Cidade, Mobilidade e Urbanização: Planejamento e Saúde #3 - Planejamento Urbano e Ambiental

Por: Roberta Andrea de Oliveira

Foto: Caio Miranda

           Já estamos em nosso 3º material sobre o tema, e hoje trataremos a respeito do Planejamento Urbano e Ambiental.
        No processo de urbanização o homem realiza mudanças no ambiente a fim de possibilitar sua utilização para um melhor desempenho das diversas atividades humanas. Algumas dessas mudanças vêm ocorrendo de forma desenfreada e sem o devido planejamento, considerando que o meio natural é finito. Como exemplos podemos citar o desmatamento, a erosão do solo e a poluição que ocasionam catástrofes naturais e alterações climáticas.
        A urbanização implica em transformar o ambiente natural em ambiente construído. Os resíduos são despejados no meio acreditando-se que a natureza é capaz de absorver todo o entulho. As consequências ambientais dessas ações passaram a ser objeto de maior atenção por parte de governos e de organizações como um todo, elevando o grau de consciência da sociedade sobre o tema.
     É importante destacar que sustentabilidade do desenvolvimento requer que se contemple a sustentabilidade da sociedadeComo podemos pensar a qualidade de vida das pessoas com quem trabalhamos diariamente, considerando este cenário?
         Atualmente, o planejamento urbano vem tentando curar a marca deixada pelo crescimento desordenado das grandes cidades, com suas ocupações irregulares, inclusive em locais de preservação ambiental! Estes são os locais que a grande parcela da população que vem para a cidade encontra. As ações realizadas para tentar sanar a questão envolvem infraestrutura básica, como abastecimento de água e tratamento de esgoto. Mas, é só isso que as pessoas precisam?
       O futuro das nossas cidades depende destas ações, da conscientização da população e do planejamento adequado por parte de gestores.
       Tem havido um significativo avanço, nos últimos anos, no que se refere à criação e à implementação de instrumentos de planejamento urbano e ambiental. Você conhece estes instrumentos? Sabe como aplicá-los? Eles dão conta da necessidade de cada território e suas especificidades? Como enfrentar estes problemas?
             Para complementar a leitura, assista a Profa. Giselle Bangoin! Inscreva-se em nosso canal do Youtube para acompanhar nossos materiais!

Cidade, Mobilidade e Urbanização: Planejamento e Saúde #3 - Planejamento Urbano e Ambiental


Bibliografia:

COSTA. In: COSTA (2008).

terça-feira, 7 de junho de 2016

Cidade, Mobilidade e Urbanização: Planejamento e Saúde #2 - Mobilidade Urbana e Humana

Por: Roberta Andrea de Oliveira

Foto: Caio Miranda
Dando sequência aos nossos textos e vídeos sobre o tema “Cidade, Mobilidade e Urbanização: Planejamento e Saúde”, hoje, com nosso 2º assunto, vamos tratar da Mobilidade Urbana e Humana.
Você que acompanhou o 1º assunto sobre Atores das Cidades e que, provavelmente, trabalha com grupos sociais excluídos, precisa conhecer um pouco sobre a Mobilidade.
Mobilidade é o grande desafio das cidades contemporâneas, em todas as partes do mundo. A opção pelo automóvel - que parecia ser a resposta eficiente do século 20 à necessidade de circulação - levou à paralisia do trânsito, com desperdício de tempo e combustível, além dos problemas ambientais de poluição atmosférica e de ocupação do espaço público. Você sabia que no Brasil, a frota de automóveis e motocicletas teve crescimento de até 400% nos últimos dez anos?
Mobilidade urbana sustentável envolve a implantação de sistemas sobre trilhos, como metrôs, trens e bondes modernos (VLTs), ônibus "limpos", com integração a ciclovias, esteiras rolantes, elevadores de grande capacidade. E soluções inovadoras, como os teleféricos de Medellin (Colômbia), ou sistemas de bicicletas públicas, como os implantados em Copenhague, Paris, Barcelona, Bogotá, Boston e várias outras cidades mundiais.
Por fim, a mobilidade urbana também demanda calçadas confortáveis, niveladas, sem buracos e obstáculos, porque um terço das viagens realizadas nas cidades brasileiras é feita a pé ou em cadeiras de rodas.
Somente a requalificação dos transportes públicos poderá reduzir o ronco dos motores e permitir que as ruas deixem de ser "vias" de passagem e voltem a ser locais de convivência.
A mobilidade urbana refere-se às condições de deslocamento da população no espaço geográfico das cidades e é preciso lembrar que a qualidade e o tempo deste deslocamento interferem diretamente sobre a saúde da população. O termo é geralmente empregado para referir-se ao trânsito de veículos e também de pedestres, seja através do transporte individual (carros, motos, etc.), seja através do uso de transportes coletivos (ônibus, metrôs, etc.).
Nos últimos anos, o debate sobre a mobilidade urbana no Brasil vem se acirrando cada vez mais, haja vista que a maior parte das grandes cidades do país vem encontrando dificuldades em desenvolver meios para diminuir a quantidade de congestionamentos ao longo do dia e o excesso de pedestres em áreas centrais dos espaços urbanos. Trata-se, também, de uma questão ambiental, pois o excesso de veículos nas ruas gera mais poluição, interferindo em problemas naturais e climáticos em larga escala e também nas próprias cidades, a exemplo do aumento do problema das ilhas de calor.
A principal causa dos problemas de mobilidade urbana no Brasil relaciona-se ao aumento do uso de transportes individuais em detrimento da utilização de transportes coletivos, embora esses últimos também encontrem dificuldades com a superlotação. Esse aumento do uso de veículos como carros e motos deve-se:

  • à má qualidade do transporte público no Brasil;
  • ao aumento da renda média do brasileiro nos últimos anos;
  • à redução de impostos por parte do Governo Federal sobre produtos industrializados (o que inclui os carros);
  • à concessão de mais crédito ao consumidor;
  • à herança histórica da política rodoviarista do país.



Entre as principais soluções para o problema da mobilidade urbana, na visão de muitos especialistas, seria o estímulo aos transportes coletivos públicos, através da melhoria de suas qualidades e eficiências e do desenvolvimento de um trânsito focado na circulação desses veículos. Além disso, o incentivo à utilização de bicicletas, principalmente com a construção de ciclovias e ciclofaixas, também pode ser uma saída a ser mais bem trabalhada.
Outra questão referente à mobilidade urbana que precisa ser resolvida é o tempo de deslocamento, que vem aumentando não só pelos excessivos congestionamentos e trânsito lento nas ruas das cidades, mas também pelo crescimento desordenado delas, com o avanço da especulação imobiliária e a expansão das áreas periféricas, o que contrasta com o excessivo número de lotes vagos existentes. Se as cidades fossem mais compactas, os deslocamentos com veículos seriam mais rápidos e menos frequentes.
Muitas outras soluções, além do incentivo aos transportes de massa e ao uso de bicicletas, são mencionadas por especialistas em Urbanismo e Geografia Urbana. Uma proposta seria a adoção dos chamados “rodízios”, o que já é empregado em várias cidades, tais como São Paulo. Outra ideia é a adoção dos pedágios urbanos, o que faria com que as pessoas utilizassem, em tese, menos os veículos para deslocamentos.
Outra proposta é a diversificação dos modais de transporte. Ao longo do século XX, o Brasil foi essencialmente rodoviarista, em detrimento do uso de trens, metrôs e outros. A ideia é investir mais nesses modos alternativos, o que pode atenuar os excessivos números de veículos transitando nas ruas das grandes cidades do país.
De toda forma, é preciso ampliar os debates, regulamentando ações públicas para o interesse da questão, tais como a difusão dos fóruns de mobilidade urbana e a melhoria do Estatuto das Cidades, com ênfase na melhoria da qualidade e da eficiência dos deslocamentos por parte das populações. Você, possivelmente um gestor ou gestora que atua direta ou indiretamente sobre a qualidade da saúde nas cidades, como vem desenvolvendo estratégias neste sentido? Como vem atuando no que se refere a mobilidade?
Complemente suas reflexões com o vídeo abaixo e aproveite para se inscrever em nosso canal do Youtube para não perder os próximos:

Cidade, Mobilidade e Urbanização: Planejamento e Saúde #2 - Mobilidade Urbana e Humana


Bibliografia:
Rolnik e Klintow (2011)

domingo, 5 de junho de 2016

Medo do TCC? 2a. Dica

Por: Ludmila R. Carvalho
Vamos seguir em nossa série de vídeos para ajudar você a superar o medo do TCC.


Dica #2 - FAÇA UMA PERGUNTA!


Toda pesquisa, toda descoberta, toda invenção e inovação produzida pela espécie humana partiu de uma pergunta.
Já pensou nisso?

Desde o tempo das cavernas, os homens buscavam respostas para seus problemas no dia a dia. Como proteger a tribo? Como alimentar a tribo de forma mais eficiente? Como caçar animais maiores?

Claro, talvez eles não fizessem literalmente essas perguntas, mas desenvolveram ferramentas, estratégias a partir da busca para resolução de problemas - Uma pergunta é um problema.
Então, toda pesquisa, ou, todo trabalho científico tem um problema: O PROBLEMA de PESQUISA. 

Esse problema pode ser colocado em forma de pergunta. Alguns autores chamam de Pergunta de pesquisa, ou pergunta de partida.
É seu ponto inicial, ou seja, é o momento de pensar sobre o que gostaria de pesquisar.

Portanto, todo trabalho científico parte de uma pergunta. Qual é a sua?



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sábado, 4 de junho de 2016

Medo do TCC? 1a. Dica

O TCC não precisa ser um pesadelo!
Aproveite nossas dicas para prosseguir em seu processo com tranquilidade, prazer e sem traumas:

Foto: Caio Miranda


Dica #1 - LEIA!


Seja em formato de monografia ou de artigo, o seu TCC é um trabalho escrito. Portanto, não é fácil realizar uma produção escrita sem que antes haja muita leitura.
Mas, não é ler qualquer coisa, não. Você precisa ler textos científicos, acadêmicos.
Então, se o TCC é um trabalho científico, você precisa conhecer um trabalho científico. Deve se acostumar com a linguagem científica, com a estrutura desse tipo de trabalho. 
Portanto, é importante ler artigos científicos, monografias, dissertações, teses, antes de começar a escrever qualquer um desse, para se acostumar com a leitura desses textos e reconhecer sua estrutura.



Vale também para conhecer melhor a linguagem utilizada, as diferentes terminologias e vocabulário utilizados nas diferentes áreas de conhecimento.
Para encontrar leituras utilize bases de dados como Scielo, Google acadêmico, ou procure a biblioteca da sua faculdade.
Busque ler artigos científicos da sua área, com temas que te interessam. Assim, a leitura não será chata, nem maçante.
Encontrando algo interessante, leia mais de uma vez. Tente identificar a estrutura desse artigo: tem um objetivo? Tem uma hipótese? Como foi feito esse estudo? É uma pesquisa de campo? Quais os resultados?
É um ótimo exercício!

As monografias, dissertações e teses são mais extensas, mas você não precisa, nesse momento, ler o trabalho completo. Leia os capítulos que te interessam e realize também o exercício de identificar as estruturas, como no artigo.

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sexta-feira, 3 de junho de 2016

Dicas para superar o medo do TCC

Por: Ludmila R. Carvalho

Já nos deparamos com muitas pessoas têm medo do TCC.
Sofrem, se desesperam, não sabem por onde começar.
Já sabemos, conforme o post anterior (leia aqui) que não fomos ensinados (as) a pesquisar, que não sabemos fazer o TCC, simplesmente porque não aprendemos antes.



Aí, chegamos na graduação e temos que passar por essa espécie de "ritual macabro" para terminar o curso.

Mas não é nada disso!
Já que não aprendemos antes, podemos correr um pouco para recuperar o tempo perdido e aprender como elaborar um TCC bom, de qualidade, e, o melhor, com tranquilidade e com prazer!

Sim, é possível!

Esse trabalho científico não precisa ser um pesadelo. Até porque, ele tem uma estrutura, tem um passo-a-passo, que torna sua elaboração algo mais simples de compreender.
Seguiremos em nossos posts com algumas dicas que podem te ajudar a iniciar esse processo sem traumas.

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quinta-feira, 2 de junho de 2016

Cidade, Mobilidade e Urbanização: Planejamento e Saúde #1 - Atores das cidades e produção do espaço geográfico

Por: Roberta Andrea de Oliveira
Foto: Caio Miranda

Eu imagino que se você se interessou pelo título desta postagem é porque atua em áreas profissionais que se preocupam com a organização das cidades, a mobilidade das pessoas e a urbanização. Acredito que você seja alguém que se preocupa com a forma como as pessoas vivem, se elas possuem qualidade mínima de vida ou não.

Sendo assim, estamos iniciando uma sessão de 5 textos aqui no blog e 5 vídeos sobre o tema. Hoje o foco é sobre os atores das cidades, aqueles que produzem o espaço urbano!
Você sabia que cerca de 80% das pessoas vivem no espaço urbano? Apenas 20% estão no meio rural.
Frente a este elevado número de pessoas nas cidades, cabe pararmos para pensar sobre como estas cidades funcionam. Você já parou para pensar sobre isso?
Quais as diferenças e quais as relações entre grandes, pequenas e médias cidades?
Talvez você more em São Paulo... Já parou para refletir sobre qual o seu papel da região metropolitana de São Paulo, por exemplo?
No espaço existe uma reprodução da vida. Ele não é somente físico. Mas, é também social, simbólico e relacional!
Portanto, você também faz parte da produção deste espaço ao estabelecer relações e ao modificá-lo no dia-a-dia.
Quem produz o espaço urbano?
  • Os grandes industriais: são, em razão da dimensão de suas atividades, grandes consumidores de espaço. Necessitam de terrenos amplos e baratos que satisfaçam requisitos pertinentes às atividades de suas empresas – junto a portos, a vias férreas ou em locais de ampla acessibilidade à população. Estes são os grandes consumidores dos espaços interferindo em outros usos da terra. Sem falar na especulação fundiária que aumenta o preço dos imóveis.
  • Os proprietários fundiários: atuam no sentido de obterem a maior renda fundiária de suas propriedades, interessando-se em que estas tenham o uso mais remunerador possível, especialmente uso comercial ou residencial de status. Estão interessados no valor de troca da terra e não no seu valor de uso. Alguns dos proprietários fundiários, os mais poderosos, poderão até mesmo ter suas terras valorizadas através do investimento público em infraestrutura, especialmente viária. É possível aos proprietários tornar-se também promotores imobiliários; loteiam, vendem e constroem casas de luxo.
  • Os promotores imobiliários: agentes que realizam operações de incorporação; financiamento; estudo técnico; construção ou produção física do imóvel; e comercialização ou transformação do capital-mercadoria em capital-dinheiro, acrescido de lucro. Produzem habitações com inovações, com valor de uso superior às antigas, obtendo-se um preço de venda cada vez maior, o que amplia a exclusão das camadas populares.
  • O Estado: atua também na organização espacial da cidade. Sua atuação tem sido complexa e variável tanto no tempo como no espaço, refletindo a dinâmica da sociedade da qual é parte constituinte.
  • E os grupos sociais excluídos: são aqueles que não possuem renda para pagar o aluguel de uma habitação digna e muito menos para comprar um imóvel. Este é um dos fatores, que ao lado do desemprego, doenças, subnutrição, delineiam a situação social dos grupos excluídos. A estas pessoas restam como moradia: cortiços, sistemas de autoconstrução, conjuntos habitacionais fornecidos pelo agente estatal e as degradantes favelas.

 Qual destes atores é você? Ou você acha que não se enquadra em nenhuma destas categorias?
Você que se interessou por este tema, provavelmente atua com os grupos sociais excluídos e está no lugar de quem atua no planejamento de ações.
Enquanto alguém que atua frente aos grupos sociais excluídos no espaço urbano, qual é a melhor estratégia de planejamento para estas ações?
É possível que você já desenvolva um planejamento próprio! Mas, é importante lembrar que cada contexto necessita de um planejamento bem específico e que não entre em conflito com o bem mais precioso daquele território: as pessoas e suas singularidades.

Para complementar a discussão, segue o vídeo:



Bibliografia:
CORRÊA, Roberto Lobato (2004).
HARVEY, David. In: MARICATO, Ermínia et al. (2013).
MARICATO, Ermínia. In: MARICATO, Ermínia et al. (2013).