Participantes da 15ª Conferência Nacional de Saúde, que ocorreu de 1 a 4 de dezembro de 2015 em Brasília-DF, elaboraram um abaixo-assinado defendendo que a comunicação e a informação sejam reconhecidas como estruturantes para os processos sociais e para a garantia de direitos.
Os abaixo-assinados propõem que, na área da Saúde, as políticas e estratégias de Comunicação não se limitem a produção de conteúdo, por meio de campanhas, por exemplo.
A Comunicação é central nas relações de poder da sociedade e para avançarmos na efetivação da democracia, aquela precisa ter como referência os princípios do SUS.
Entre os 10 pontos defendidos pela moção, o 8º nos chama muito a atenção: “Adoção de medidas de acessibilidade na produção e circulação de informação e nos processos comunicacionais implementados no contexto das políticas públicas de saúde”.
Nós do IEO Instituto Espaço Oliveiras, em medidas acessíveis nos processos comunicacionais, imediatamente nos reportamos às relações interpessoais na área da Saúde, relações estas que podem ser estratégicas para a promoção da escuta sensível, do acolhimento, do vínculo e da corresponsabilização (ferramentas leves para o fazer saúde).
“Este agir na saúde, traz consigo inúmeros elementos, inclusive os das tecnologias de cuidado, as quais sugerimos que tenham a hegemonia do Trabalho Vivo(1) em ato, calçando um trabalho mais relacional, tecnologias leves centrado. Isto significa romper com a lógica prescritiva da atividade assistencial, que a captura do Trabalho Morto(2) exerce, em todos os níveis da assistência” (Merhy e Franco, 2003).
Fonte: RADIS, nº 160, janeiro 2016.
Moção “Afirmar o direito à comunicação e informação como fundamentais para consolidar a democracia e o direito à saúde” proposta por Michely Silva (Rede Lai Lai Apejo), Valcler Fernandes (FIOCRUZ) e Beatriz Barbosa (FNDC), aprovada na 15ª CNS. Disponível em: http://pensesus.fiocruz.br/mocao_15CNS
(1) “significa a produção da saúde, com base nas tecnologias leves, relacionais, e a produção do cuidado de forma integralizada, operando em “linhas de cuidado” por toda extensão dos serviços de saúde, centrado nas necessidades dos usuários”. “[...] é o trabalho em ato [...]” (Merhy e Franco, 2003).
(2) são os instrumentos , e é definido assim porque sobre eles já se aplicou um trabalho pregresso para sua elaboração (Merhy e Franco, 2003).