Esta semana aconteceu a última
aula de uma disciplina minha em uma das faculdades que trabalho. O curso é de
pós-graduação e, por isso, prefiro não trabalhar com prova no último dia de
aula. Acredito que a reflexão de um aluno de pós deva ser mais profunda e prova
nenhuma conseguiria garantir esta profundidade.
Penso
que, em um curso de pós, devo garantir que o aluno aprendeu a aprender e a
solucionar problemas. Não é necessário que ele tenha tudo decorado na última
aula, mas que saiba como, quando e onde buscar a informação necessária, bem
como elaborar a ação devida e aplicá-la efetivamente.
Para
isso, uma das estratégias que mais utilizo é o uso da emoção nas aulas. Não
abro mão, de maneira alguma, dos alunos trazerem suas experiências pessoais,
produzirem projetos, fazerem seminários e criarem portfólios. A produção é
intensa durante toda a disciplina. No entanto, uma exigência que faço é que
todos estes trabalhos desenvolvidos contenham as sensações e sentimentos que os
conteúdos provocaram neles. Que eles possam refletir sobre o que cada dia de
aula proporcionou de modificação em suas estruturas mentais.
Uma
aluna minha, neste último dia de aula, apresentou um portfólio muito especial para
os demais alunos. Aqui, atrevo-me a publicar suas frases [que foram registradas
nos slides que passou em sala] e a colocar, eu mesma, em negrito aquilo que
devemos suscitar nos alunos:
“Durante
as aulas, esse conteúdo se tornava mais
especial e fui me identificando
mais. No dia a dia, podemos nos conhecer
melhor, nós alunas, e ir para a
Faculdade ficou mais prazeroso. Vou
levar comigo todas essas aulas, e não
vou esquecer do dia da apresentação do nosso seminário, como foi especial [...], e me mostrou que sou capaz de ir muito longe,
que mesmo “enferrujada”, isso é possível. E certeza que isso deu um grande incentivo para querer sempre
mais” (Mota, 2014).
Em
seu último slide, ela apresenta como Resumo das Aulas o seguinte:
“A
mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original” (Albert
Einstein).
“Sempre
aprendemos algo a cada dia” (Mota, 2014).
Objetivo
alcançado! E não é à toa que hoje, estou aqui, no Parque da Água Branca para
produzir este texto. Além de oferecermos este tipo de aprendizagem para nossos
alunos, também temos que proporcionar o mesmo para nós mesmos. Confesso que
escrever podendo ver, sentir o cheiro e ouvir os sons da natureza, trás um
sentido totalmente diferente para a atividade que fazemos.