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domingo, 13 de abril de 2014

ENSINO A DISTÂNCIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES PARA PROFESSORES E ALUNOS

Como professora de ensino superior, impossível não estar em contato com o Ensino à Distância. As faculdades, de modo geral, públicas ou privadas, investem, atualmente, de modo crescente na modalidade EAD.
No início, sobre os discursos acerca deste tipo de ensino, imperava a narrativa preconceituosa de que somente alunos desinteressados iriam ser atraídos. Que esta modalidade estaria a favor daqueles preguiçosos que querem fazer pouco para receber o título.
Muita coisa evoluiu desde o início dos cursos EAD. A Educação e as práticas pedagógicas, ainda hoje travadas, sem criatividade e dinamismo, transportaram seu jeito pouco eficiente de ser para o EAD. O Ensino à Distância tornou-se a reprodução digital do ensino presencial “chato”. Telas após telas que nos faziam questionar: por que então não ler direto de um livro?
Sempre achei que profissionais voltados para a Tecnologia, Informação e Comunicação, eram, pelo menos aparentemente, muito ativos, energizados e com uma vontade de empreender diferente de outros profissionais.
Na última sexta, este meu pensamento se confirmou. Estive em uma reunião para alinhamento das diretrizes dos cursos EAD em uma das universidades que atuo, juntamente com estes profissionais. Participaram também professores de áreas diferentes e com diferentes formas de atuação em sala.
A reunião foi simplesmente sensacional. Um especialista em Tecnologia da Informação voltado para a Educação Instrucional, e que não era só isso: também mestre e doutorando em Educação, apresentou sua mais nova criação, um modelo totalmente diferente de EAD, que privilegia a produção do aluno “apenas” mediada pelo professor (o que não significa desvalorização).
Cabelos arrepiados, olhos arregalados!!! Professores perplexos... Não sei fazer isso!
Pensei: o que você não sabe fazer? Tornar os alunos protagonistas de sua própria aprendizagem?
Simplesmente, a apresentação que vi ali, era tudo que deveria ser feito em sala de aula presencial. Os professores desesperados por terem sido soterrados em uma avalanche de ferramentas, uma mais incrível que outra, em termos de criatividade, demonstravam suas preocupações diante do manuseio de tais possibilidades, mesmo com tantos técnicos totalmente dispostos e disponíveis para a nossa orientação. E eu ali: refletindo e desconstruindo minha própria forma de ser em sala. Quem são os preguiçosos: os alunos ou os professores?
A tecnologia não permite a não criação. Diante daquele infinito de possibilidades, fazer aulas EAD como se fossem “slides”, anula completamente a existência das ferramentas.
Minha hipótese é de que com a (r)evolução que viveremos daqui para frente, nesta área, se os professores ainda não aprenderam a dar aulas instigantes, agora irão aprender por livre e espontânea pressão. Não terão como escapar.
Naquilo que pude observar quanto às inovações do Ensino à Distância, ninguém desinteressado sobreviverá: nem aluno, nem professor.
E, salve-se quem puder!